sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Microcefalia em Crianças e Idosos

Há alguns dias, foram divulgados pelo Whatsapp áudios que espalhavam a notícia de que crianças pequenas e idosos que adquirissem o Zika vírus poderiam vir a sofrer problemas neurológicos graves.
A Fiocruz emitiu nesta terça-feira (08/12), nota explicativa em seu site para esclarecer que essas informações não têm fundamentação científica. Destacou-se que, assim como outros vírus, a exemplo de varicela, enterovírus e herpes, o zika poderia causar, em pequeno percentual, complicações clínicas e neurológicas em adultos e crianças, sem distinção de idade, mas que até o momento, não há qualquer registro de crianças ou idosos apresentando sintomatologias neurológicas relacionadas ao vírus zika.
Quanto ao vetor, até o momento, não existem estudos científicos que apontem para o envolvimento de outras espécies de mosquitos além do Aedes aegypti na transmissão da doença no Brasil.
A Fiocruz afirmou ainda que vem trabalhando em estreita parceria com o Ministério da Saúde na investigação da doença e prima pela transparência e pela seriedade na divulgação de informações para a sociedade.
No mesmo sentido, a Secretaria de Saúde de Pernambuco igualmente divulgou banner em suas redes:


O caso trata-se, portanto de um boato, que não deve ser espalhado.
Para maiores informações, consulte sites de confiança, como o do Ministério da Saúde, Fiocruz e Anvisa.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Tema de Destaque de Novembro

Ø  “Se ele pode matar, então não pode nascer!”

O aedes aegypti, conhecido transmissor da dengue, tem se mostrado eficiente vetor de outras doenças tão perigosas quanto: febre amarela, zika e chikungunya. O mosquito, cujo nome significa “odioso do Egito”, está bem adaptado a zonas urbanas, mais precisamente ao domicílio humano, onde consegue reproduzir-se e pôr os seus ovos em pequenas quantidades de água limpa, e que preferivelmente estejam sombreadas[1].
A preocupação quanto à proliferação do aedes cresceu nos últimos dias devido à associação da zika com o aumento do número de casos microcefalia, especialmente na região Nordeste do país. Até 28 de novembro de 2015, foram notificados 1.248 casos suspeitos de microcefalia, identificados em 311 municípios de 14 unidades da federação, de acordo com a terceira edição do informe epidemiológico sobre microcefalia, divulgado nesta segunda-feira (30)[2]. Demandas como a exemplificada abaixo, retratam a principal dúvida de gestantes no momento:
“Bom Dia!
Sou Educadora em Saúde Pública, atuo na Vigilância Epidemiológica de Itararé-SP e necessito de uma informação, a qual não estou conseguindo obter com propriedade, de nenhum órgão.
Quero saber se os repelentes utilizados no estado de São Paulo, os aprovandos pela anvisa, todos são indicados para prevenir a picada do Aedes Aegypti, transmissor da Dengue, ou apenas o que contem Icaridina é o que funciona?
Necessito de uma resposta o mais rápido que lhes for possível, pois estou com sérios problemas de questionamentos quanto a isso!
Aguardo,
Grata,”

No mês de Novembro, além de 12 (doze) denúncias de focos de proliferação do aedes aegypti, a Ouvidoria acolheu uma demanda questionando a qualidade dos repelentes comercializados, e outra, expondo a preocupação quanto à transmissão de zika em Jundiaí/SP. Neste sentido, é também atribuição da Ouvidoria da Anvisa promover a educação sanitária e orientar a população as melhores formas de se proteger do mosquito.
Considerando que microcefalia está relacionada com a infecção pelo vírus Zika, a Anvisa recomenda às gestantes e mulheres em idade fértil, com possibilidade de engravidar, medidas de proteção pessoal, para minimizar a exposição aos mosquitos. E para se prevenir, uma das opções é o uso de produtos repelentes de uso tópico, que podem ser aplicados diretamente na pele. Mas é importante verificar se o produto está registrado na Anvisa e seguir as instruções de uso descritas no rótulo. A consulta de cosméticos repelentes regularizados pode ser feita pelo endereço: http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto/consulta_cosmetico.asp. Assim, todos os repelentes regularizados na Anvisa são seguros tanto para adultos em geral, quanto para as gestantes.
Estudos conduzidos em humanos, durante o segundo e o terceiro trimestre de gestação, e em animais, durante o primeiro trimestre, indicam que o uso tópico de repelentes a base de n,n-Dietil-meta-toluamida (DEET) por gestantes é seguro, entretanto, não devem ser usados em crianças menores de 2 anos.
Os inseticidas “naturais” à base de citronela, andiroba, óleo de cravo, entre outros, não possuem comprovação de eficácia nem a aprovação pela ANVISA até o momento. Os produtos que se encontram atualmente regularizados na ANVISA com tais componentes possuem sempre outra substância como princípio ativo. Portanto, todos os produtos apregoados como “naturais”, comumente comercializados como velas, odorizantes de ambientes, limpadores e os incensos, que indicam propriedades repelentes de insetos não estão aprovados pela Agência e estão irregulares[3].
Neste momento, o Ministério da Saúde reforça às gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação. Também é importante que elas reforcem as medidas de prevenção ao mosquito aedes aegypti, com o uso de repelentes indicados para o período de gestação, uso de roupas de manga comprida e todas as outras medidas para evitar o contato com mosquitos, além de evitar o acúmulo de água parada em casa ou no trabalho.
Uma das atribuições da Vigilância Sanitária local junto à população é a inspeção sanitária. Por meio dela, é possível identificar potenciais focos de proliferação do mosquito transmissor; adotar medidas educativas e/ou legais, caso haja constatação de irregularidade; comunicar situações de risco às coordenações do programa local de controle, para que haja medidas mais eficazes; e acompanhar irregularidades relatadas por denúncias.
Cabe ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), como integrante do Sistema Único de Saúde, a execução de ações para o controle da dengue, chikungunya e zika, por meio de seus agentes e parceiros. O governo federal investiu, nos últimos quatro anos, R$ 5 bilhões em ações de vigilância epidemiológica. Somente em 2014, o Ministério da Saúde repassou R$ 150 milhões a estados e municípios brasileiros para ações de prevenção, melhoria da assistência e contingência da dengue – R$ 121,8 milhões foram repassados às secretarias municipais de saúde e R$ 28,2 milhões às secretarias estaduais[4].