quarta-feira, 13 de abril de 2016

Tema de Destaque de Março

Ø Denúncias de Alisantes Capilares

Alisantes são todos os produtos cosméticos que têm a finalidade de alisar os cabelos e devem ser registrados na Anvisa. O processo de alisamento químico ou “relaxamento de cabelo” não acarreta danos para a saúde da população, desde que o produto atenda às exigências estabelecidas na legislação[1].
No mês de Março/2016, a Ouvidoria recebeu 12 demandas a respeito do assunto, dentre elas 10 denúncias de produtos alisantes que conteriam formol em sua composição. Seguem exemplos:

“OLA BOM DIA GOSTARIA DE PEDIR PARA OS AGENTES DA ANVISA DAREM UMA OLHADA NOS PRODUTOS DESSA MARCA ELA ESTA SENDO COMERCIALIZADA NOS SALÕES AQUI DA REGIÃO E TEM UM ODOR DE FORMOL BEM GRANDE SE ESTIVER COM FORMOL ISSO PODE OCASIONAR DANOS iNREPARAVEIS (sic) A SAÚDE DO PROFISSIONAL DESDE JA AGRADEÇO” 

“Comprei a progressiva XXX em uma perfumaria próxima a minha casa, e ao utilizar o produto que tem um cheiro muito forte, comecei a ter ardência nos olhos, no nariz, os olhos começaram a lacrimejar, tive vertigem, e o cheiro ainda ficou no cabelo mesmo depois de enxaguar o cabelo várias vezes, acho que o produto foi adulterado e está com muito mais formol do que o permitido pela Anvisa...” 

A RDC 36/2009/Anvisa, proibiu a comercialização do formol em estabelecimentos como drogarias, farmácias e supermercados. A finalidade dessa Resolução foi restringir o acesso da população ao formol[2], coibindo o desvio de uso do produto como alisante capilar, já que a utilização do formol em cosméticos é permitida apenas nas funções de conservante e como agente endurecedor de unhas[3]. Cabe ressaltar que o uso do formol como alisante capilar NÃO é permitido pela Anvisa, pois o uso inadequado pode causar sérios danos ao usuário e ao profissional que aplica o produto.

Os riscos do formol são tanto maiores quanto maior for a concentração, a duração e a frequência da exposição e se dão através da inalação dos gases, pelo contato com a pele e com os olhos ou pela ingestão. Por inalação, o formaldeído pode causar fortes dores de cabeça, tosse, falta de ar, vertigem, dificuldade para respirar e edema pulmonar. Pode causar ainda irritação das membranas mucosas do nariz e trato respiratório superior. Em altas concentrações pode causar bronquite, pneumonite ou laringite. Em contato com a pele, esta pode ficar esbranquiçada, áspera e apresentar forte sensação de anestesia e necrose na superfície da pele. A exposição a longo prazo pode causar tanto dermatite de contato irritante como dermatite de contato alérgica, com rachaduras na pele (ressecamento) e ulcerações, principalmente entre os dedos. Em contato com o couro cabeludo, pode causar descamação e vermelhidão, além da queda de cabelos e irreversibilidade do seu crescimento. Em contato com os olhos, pode causar irritação, dor, vermelhidão, lacrimejamento e visão embaçada. Altas concentrações podem causar danos irreversíveis[4].
As denúncias referentes à comercialização ou à utilização em salões de cabeleireiro de produtos que possuam formol em sua composição são direcionadas às Vigilâncias Sanitárias locais para averiguação in loco. Já as reclamações a respeito das reações adversas destes produtos são encaminhadas à área de Cosmetovigilância para tratamento.

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